Segunda, 28 de Abril de 2025
20°

Tempo nublado

Cafelândia, PR

Geral Crônica

Crônica: Na época do Kichute

Por Rodrigo Alves de Carvalho

04/03/2024 às 08h19
Por: Rodrigo Alves de Carvalho
Compartilhe:
Crônica: Na época do Kichute

Hoje em dia, existem tantas marcas de calçados que fica difícil decidir qual é o tênis favorito ou o sapato que melhor cai bem aos pés.
São tantas marcas e modelos que, se você usar um pé de cada marca e cor diferente ninguém vai notar ou irão achar que é moda.
Lá na época de antigamente, as coisas eram bem diferentes. Essas marcas que hoje são tão badaladas como All Star, Asics, Nike, Adidas e outras tantas já existiam e até eram famosas, mas para a criançada dos anos oitenta na minha cidade, o calçado da moda, a unanimidade entre a molecada, era o Kichute.
O Kichute era multifuncional, servia para ir na escola, na festa, na igreja e principalmente, para jogar futebol. O que de certa forma agradava em cheio os moleques, já que não gostavam muito de escola, festa e igreja, mas jogar bola era febre naquele tempo.
Nos inesquecíveis treinos nas escolinhas de futebol, por exemplo, assim como outros moleques, nunca usei chuteiras, até por uma questão financeira. O Kichute era bem mais barato que as chuteiras Strike, Umbro, Topper e outras marcas do momento.
Porém, o Kichute era tão bom quanto as chuteiras, já que os habilidosos driblavam e faziam gols com Kichute e um perna-de-pau poderia usar uma chuteira caríssima de marca famosíssima que nada mudaria futebolisticamente seu modo de jogar.
É claro que, um Kichute não durava tanto tempo como uma chuteira, porque, como disse antes, ele era usado tanto nos jogos de futebol, em gramados, ruas de terra batida, ruas calçadas, asfalto e também no dia a dia, em qualquer ocasião. Por isso, logo o Kichute começava a furar debaixo dos dedos e em pouco tempo, dava para ver o dedão de fora.
Outro inconveniente era o cadarço de quase dois metros que tinha que ser amarrado em várias voltas na canela, o que poderia segurar a circulação sanguínea se ficasse muito apertado. Mas, nada disso fazia com os moleques ficassem sem o Kichute nos pés. 
Esses dias, fiz uma pesquisa num site de vendas online para saber quanto está custando um Kichute nos dias de hoje e achei absurdo. O par varia entre R$ 150,00 e pode chegar até mais de R$300,00.
Mas, deve ser mais pelo valor histórico, porque dificilmente vemos hoje um menino usando Kichute. Eles preferem aquelas chuteiras multicoloridas e estranhas que jogadores famosos como Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar usam atualmente.
Logo o Kichute vai estar apenas na memória de tanta gente que jogou bola e fez muitos gols, mesmo com o calçado furado e os dedos de fora.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Crônicas
Crônicas
Sobre Rodrigo Alves de Carvalho nasceu em Jacutinga (MG). Jornalista, escritor e poeta possui diversos prêmios literários em vários estados e participação em importantes coletâneas de poesia, contos e crônicas. Em 2018 lançou seu primeiro livro individual intitulado “Contos Colhidos” pela editora Clube de Autores. Desde julho de 2019 vem publicando suas crônicas no Jornal Integração. E-mail: [email protected]
Cafelândia, PR Atualizado às 23h02 - Fonte: ClimaTempo
20°
Tempo nublado

Mín. 19° Máx. 22°

Ter 23°C 10°C
Qua 23°C 11°C
Qui 23°C 12°C
Sex 23°C 12°C
Sáb °C °C
Ele1 - Criar site de notícias