A partir desta segunda-feira (13), o Sistema FAEP/SENAR-PR realiza um treinamento em métodos de diagnósticos de brucelose e tuberculose e noções de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) para 20 médicos veterinários do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). A iniciativa é uma das ações do termo de cooperação firmado entre as entidades, que contempla a capacitação de técnicos, extensionistas e produtores rurais em dez programas relacionados a agropecuária. O convênio tem vigência até 2026, com investimentos na ordem de R$ 24 milhões.
É muito importante essas entidades juntas fazendo parte de um trabalho tão significativo de controle sanitário. Sem dúvidas, o grande beneficiário, lá na frente, é o Paraná, que, na sua magnitude de produção, continuará sendo referência.
Ágide Eduardo Meneguette, vice-presidente da FAEP
“Ainda temos essas duas doenças que inviabilizam rebanhos e até atividades. Para combatê-las, temos que fazer diagnóstico integrado e trabalhar juntos. Esse treinamento é mais uma etapa importante dessa integração, junto com o SENAR-PR”, enfatiza Richard Golba, diretor-presidente do IDR-Paraná.
O treinamento integra um conjunto de medidas destinadas a fortalecer o combate à brucelose e à tuberculose bovina no Paraná, agora considerado o principal desafio para a defesa sanitária estadual, após o reconhecimento do Estado como área livre de febre aftosa sem vacinação. Além disso, a realização de exames sanitários é uma das atividades previstas para o acompanhamento das 100 unidades de referência em pecuária leiteira, descritas no plano de trabalho contemplado pelo convênio.
O curso está sendo ministrado pelo professor da PUCPR Emanuel Faleiros, que também é parceiro do Sistema FAEP/SENAR-PR no Programa Pecuária Moderna, nas instalações da Fazenda Experimental Gralha Azul da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), um espaço de aprendizagem para os estudantes de Medicina Veterinária, Agronomia e Ciência Animal.
A capacitação detalha as particularidades técnicas dos exames para ambas as doenças, que exigem registros documentais padronizados em todo o território nacional. Atualmente, o Paraná conta com mais de 800 profissionais qualificados para realizar esses exames.
De acordo com o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), os exames de diagnóstico devem ser realizados por profissionais aprovados em curso ofertado por instituição de ensino reconhecida pelo Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os profissionais também devem estar cadastrados no Mapa, validados pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV).
“Nós não conseguimos exportar para o mundo se não tivermos sanidade. Ainda temos essas duas doenças [brucelose e tuberculose] que trazem muitas interrogações. Esse é o momento de trabalhar efetivamente de forma conjunta para que o Estado tenha o status sanitário que merece”, reforça o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins.
“Por meio desse convênio, vamos qualificar técnicos para chegar na ponta, nos pequenos produtores, que não têm condições operacionais e financeiras de fazer o devido controle dessas doenças”, complementa Ronei Volpi, presidente da Comissão Técnica (CT) de Bovinocultura de Leite da FAEP.
Ainda em maio está prevista uma nova ação de treinamento em métodos diagnósticos nas instalações da PUCPR Câmpus Toledo, na região Oeste do Paraná.
A brucelose e a tuberculose bovina são causadas por bactérias e seu controle exige a adoção de Boas Práticas Agropecuárias (BPAs). Para a brucelose, existe uma vacina, que deve ser aplicada em animais de três a oito meses de idade. Já a tuberculose não conta com vacina, portanto, além da adoção de BPAs, seu controle deve ser feito por meio de testes na propriedade e exames na carcaça, quando os animais são abatidos no frigorífico.
O termo de cooperação firmado entre o Sistema FAEP/SENAR-PR e o IDR-Paraná abrange um conjunto de ações voltadas ao desenvolvimento rural sustentável do Paraná, com formação profissional e promoção social, qualificação e disponibilização da assistência técnica e extensão rural, realização de estudos e pesquisas, implantação de processos de inovação e protocolos técnicos e desenvolvimento de sistemas compartilhados de informação.
Além da bovinocultura de leite, outros planos de trabalho são realizados nas áreas de agroecologia, energias renováveis, grãos sustentáveis, promoção social, cafeicultura, fruticultura, olericultura, pinhão e turismo.
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